Todo o yoga assenta no valor pela não-violência, ahimsā, assim como todo o crescimento pessoal proposto por este sistema.
Somos educados (a grande maioria de nós) a aprisionar desde cedo a nossa espontaneidade, para que nos possamos encaixar num conjunto de normas e valores para os quais nada contribuímos na sua construção.
É certo que temos de nos adaptar uns aos outros se queremos viver numa sociedade equilibrada, mas em que ponto é que essa necessidade de encaixe passa a ser corrosiva ao nosso bem-estar?
Quando estendo o tapete, se o que eu quero realmente é encontrar essa liberdade interior há muito perdida, a única direção que posso tomar é a de começar a afastar-me do que me foi imposto sem o meu consentimento.
Quando faço algo tão simples como esticar o corpo e respirar fundo, estou a dar lentamente permissão ao corpo para ser exatamente da maneira que ele é. Com todas as suas características.
Esta permissão, com o tempo, vai-se alastrando para para todas as outras dimensões que nos compõem, e aos poucos vamo-nos libertando de correntes que nunca imaginámos ter.
O caminho do yoga é o caminho para um coração livre.
Todo este processo nasce de uma proposta de acabar com a violência que nos foi imposta e ensinada a ter connosco mesmos.
Quando entendemos que é possível ter uma vida autêntica de coração livre, não ferir quem está à nossa volta passa a ser uma consequência natural.
A forma mais genuína de não ser violento com o mundo á nossa volta é uma expressão natural da relação de bondade que nutrimos para connosco.